quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Olha, as velas arderam até ao fim.

“… O pai de Krisztina acusou-me de ter sobrevivido… nós os dois sobrevivemos a uma mulher… tu, ao te ires embora, eu, ao ficar aqui. Sobrevivemos com cobardia ou com cegueira, com ressentimento ou com prudência, o facto é que sobrevivemos.

… Quem sobrevive ao outro é sempre traidor … Morreu, porque te foste embora, morreu porque eu fiquei e não me aproximei dela, morreu porque nós dois, homens a quem ela pertencia, fomos mais vis, orgulhosos, cobardes, barulhentos e silenciosos que o que um mulher podia suportar, porque fugimos dela e a traímos, porque lhe sobrevivemos.”

                                                                                   Sándor Mára

“As Velas arderam até ao fim” . Um livro com a etiqueta: a reler.