terça-feira, 23 de novembro de 2010

Temperatura controlada

  Mais uma angústia!

O sucesso dá muito trabalho! É que não nos dá mesmo descanso. Desbravar novos caminhos … ultrapassar receios … arriscar … confiar em todas as peças da engrenagem… o gelo seco … as baterias … as 8 horas de voo … as 36 horas de estrada … fechar os olhos e … não dormir até à chegada ao destino … com a temperatura controlada.

Entre 2º e 8º Celsius, nem mais, nem menos.

Enfim! é a minha contribuição para o aumento das exportações. E isto não é conversa de teóricos. Esta é a realidade. A realdade do país que trabalha e não é visita do plano inclinado.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Zero Fuel Weight

Aquela coisa lá em cima dá cabo de mim … é cá uma angústia!

Tantas tons desperdiçadas lá nas nuvens!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um Senhor Embaixador

 

Bancos, docas, prisões, arsenais, monumentos,
Tudo rebentará em cacos pelo ar!...
E ao soturno fragor de teus finais lamentos
Responderão - ladrando! as cóleras dos ventos!
Responderão - cuspindo! os vagalhões do mar!

Finis patriae – Guerra Junqueiro

Felizmente temos um embaixador em Paris, que nos lava a alma:

A inquietação e o desespero não são bons conselheiros. Pelo contrário: são o pasto dos demagogos e dos paladinos do finis patriae, dos promotores das soluções que radicam fora do sistema, como se um salto para o desconhecido nos pudesse trazer qualquer súbita panaceia salvadora.

Os tempos estão tensos, as pessoas tendem a radicalizar posições, os antagonismos podem aumentar. É nestas alturas que temos de ser mais vigilantes sobre nós mesmos, em que devemos parar para pensar, para decidir, para optar. É nos tempos difíceis que se mede a serenidade de um país, a sua maturidade como nação. Temos quase nove séculos, passámos por crises muito mais graves e, com esforço, fomos capazes de as superar.

Francisco Seixas da Costa

Read more: http://duas-ou-tres.blogspot.com/2010/10/inquietacao.html#ixzz13bRpPraO

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

João Tordo - Um Escritor a acompanhar

  

Já li. Gostei. Uma história  que se desenvolve num ambiente fechado onde circulam personagens extravagantes e imprevísiveis, enredadas em misteriosos assassinatos. A culpa paira sobre todas as cabeças. Vale pela história, pela riqueza das personagens e pelo desfecho em aberto. A fuga em balão é um estratagema genial, mas não inverosímel, face à intriga.

Não. Não é um policial, mas lê-se como um policial. É mais uma mistura de Nome da Rosa com a Ratoeira.

domingo, 10 de outubro de 2010

domingo, 26 de setembro de 2010

A tragédia … o drama … o horror!

  • Mário Soares diz que haverá acordo e “bom senso mínimo” para evitar crise política “grave”
  • Passos Coelho diz que cabe ao Governo encontrar alternativa
  • Jerónimo de Sousa: crise entre o PS e PSD é “chantagem” para justificar novas medidas de austeridade
  • Sócrates: “Um Governo sem orçamento aprovado não tem condições para Governar”
  • Santos Silva diz que entendimento é “possível, desejável e necessário”
  • Orçamento: Passos Coelho diz que não volta a conversar a sós com José Sócrates
  • Sócrates diz que declarações de Passos Coelho são agravo pessoal inadmissível
  • Pode o país viver sem Orçamento do Estado e sem Governo?
  •  

    Estranho povo este,  que não se governa e não se deixa governar!

    Gaius Julius Caesar

    Uma pausa para aliviar a depressão colectiva incentivada, quer pelos profetas da desgraça, quer por políticos com pressa de chegar ao poder, ajudava … Um pouco menos de exacerbação era o caminho certo. Mas há um problema: Os egos são do tamanho do mundo … num país tão pequeno!

    Desencontros e ortografia

    Via secretária por 3 vezes marcou um encontro com a finalidade de estabelecer uma parceria.

    Falhou as 3 vezes. Muito ocupado, à terceira ordenou que me fosse enviado:

    Rezava assim o cartão:

    As nossas cinceras desculpas pelos desencontros kue se têm vereficado com estima e consederação.

    …….

    quinta-feira, 23 de setembro de 2010

    Queira ou não queira

    Com que então caiu na asneira
    De fazer na quarta-feira
    ”Sessenta” anos! Que tolo!
    Ainda se os desfizesse...
    Mas fazê-los não parece
    De quem tem muito miolo!

    Não sei quem foi que me disse
    Que fez a mesma tolice
    Aqui o ano passado...
    Agora o que vem, aposto,
    Como lhe tomou o gosto,
    Que faz o mesmo? Coitado!

    Não faça tal: porque os anos
    Que nos trazem? Desenganos
    Que fazem a gente velho:
    Faça outra coisa: que em suma
    Não fazer coisa nenhuma,
    Também lhe não aconselho.

    Mas anos, não caia nessa!
    Olhe que a gente começa
    Às vezes por brincadeira,
    Mas depois se se habitua,
    Já não tem vontade sua,
    E fá-los queira ou não queira!

    João de Deus

    segunda-feira, 30 de agosto de 2010

    Leituras

    " Na juventude vivemos como se fossemos imortais. O conhecimento da mortalidade rodeia-nos como uma fita de papel áspero que mal toca a nossa pele. Quando é que isso muda na vida? Quando é começamos a sentir a fita a apertar-nos, até que por fim nos asfixia? Quando é que pela primeira vez nos apercebemos daquela suave pressão, suave mas inflexível, que nos indica que nunca mais abrandará? Como é que o reconhecemos nos outros? E em nós próprios? ” 

     

    in

    Comboio Nocturno para Lisboa

    Pascal Mercier

    domingo, 25 de julho de 2010

    A Constituição

    Tudo indica que este Passos tropeçou nos seus próprios passos. Nada que o preocupe, segue-se  a pirueta.

    “Não cometi um grande erro político até agora" diz Pedro Passos Coelho, analista de si próprio.

    Mas o seu dia é inevitável, com este PS à deriva, sem estratégia e convicção …

    Uma pedrada no charco. Era urgente!

    terça-feira, 29 de junho de 2010

    Muito cansadita … mas orgulhosa

    O crescimento do transporte de carga por via aérea é um dos primeiros sinais de que a recuperação económica está em andamento. E nos primeiros quatro meses do ano, a TAP tem boas notícias para dar ao mercado. De acordo com fonte da companhia de aviação, a carga transportada cresceu cerca de 30% entre Janeiro e Abril. Para este ano, a previsão aponta para “um crescimento de 29,7% no transporte de carga que atingirá em 2010 uma facturação de 104,8 milhões”, segundo o orçamento a que o Diário Económico teve acesso.
    O crescimento nos primeiros quatro meses do ano só não foi mais expressivo devido às perturbações do tráfego aéreo motivadas pelas cinzas expelidas pelo vulcão da Islândia que se espalharam pela Europa. Ainda assim, fonte oficial da TAP assegura que foi possível contornar parte do problema: “A situação em relação à carga não foi tão grave porque foi possível fazer o transporte da carga por terra até Lisboa.” E apesar dos “custos adicionais” que esta situação acarretou, que a companhia não revelou, a alternativa seria deixar a mercadoria em terra. O recurso ao transporte terrestre entre 14 e 21 de Abril, altura em que centenas de aeroportos europeus foram encerrados devido às nuvens de cinza, só foi possível porque a carga tinha como principal destino o mercado brasileiro.
    “A base do crescimento é o transporte da Europa para o Brasil”, revela fonte oficial da companhia, uma situação que também se sente no transporte de passageiros. O mercado brasileiro foi o principal impulsionador do crescimento da TAP nos primeiros quatro meses do ano, com o número de passageiros para aquele destino a crescer 26%. Globalmente, o transporte de passageiros cresceu 2,8% até Abril, totalizando 2,6 milhões de pessoas.
    O crescimento sentido pela TAP no transporte de carga segue a tendência internacional. Nos primeiros quatro meses do ano as associadas da IATA (Associação Internacional do Transporte Aéreo) reportaram um aumento de 26% do volume de mercadorias transportadas, ao mesmo tempo que se verifica um aumento da receita média (‘yield’) que permitiu às companhias aumentar a facturação de transporte de carga entre 30% a 40%.
    Para o total do ano, a IATA estima que o transporte de carga possa crescer entre 12% e 18,5%. Números que irão contribuir para que o sector da aviação atinja no final de 2010 os primeiros lucros em três anos: 2,5 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros).

    In Diário Económico - 16-06-2010

    E em Maio … e Junho continuamos  a crescer!

    terça-feira, 22 de junho de 2010

    talento e perseverança

    De longe estava difícil , a bola não queria entrar com pontapés ou cabeçadas … foi às costas …!

    sábado, 19 de junho de 2010

    A pérfida Cloé (que anda por aí travestida)

     

    Um dia uma víbora mordeu num pé
    a pérfida Cloé.
    Perguntarão:
    Que sucedeu à pérfida Cloé ?
    Morreu ?
    Isso morreu ela...
    Mal sentiu a mordidela.
    Não teve febre, nem ardor, nem nada.
    - A bicha é que morreu envenenada!

                                                                          


    Augusto Gil

    Saramago

    Confesso. Fiquei com uma azia permanente após a Jangada. Não comprei mais nenhum. Mas alguém aqui em casa comprava: o filho, um leitor compulsivo. Pressionada – quero saber a tua opinião … em que página vais? então?  já acabaste? -  lá fui lendo: O Evangelho, O Cerco, O Ensaio, A Viagem e outros. Não li O Levantado.

    Era um homem de fibra, dos antigos. Isso reconheço. Paz à sua alma! Que a tinha … embora não o soubesse.

    sexta-feira, 11 de junho de 2010

    No dia de Portugal …

    Aquele que nunca se engana e raramente tem dúvidas disse:

    A situação do País é insustentável

    O mais alto responsável do país está chéché . Os juros da dívida depois de uma acalmia poderão subir, só por isto. Será tão mauzinho que é isso que pretende? Não aguentou um dia de boas notícias?

    Imperdoável!!!

    quinta-feira, 10 de junho de 2010

    Portugal

    Portugal     

    … em construção, todos os dias, desde o raiar da madrugada.

    Venho dos longes da Vida,
    com este passo seguro,
    sempre de cabeça erguida
    desafiando o Futuro.

    Nas horas amarguradas,
    que na vida conheci,
    ganhei forças renovadas
    para sempre estar aqui.

    Para sempre estar aqui,
    ganhei forças renovadas
    nas horas amarguradas
    que na vida conheci.

    Enquanto a vida perdura,
    hei-de ser a caminhada
    que acende na noite escura
    o raiar da madrugada.

    (Cantar Alentejano)
    José-Augusto de Carvalho

     

    segunda-feira, 24 de maio de 2010

    longe dos sonhos infinitos

    cabecalho2

    Uma mulher sofisticada no crepúsculo da vida a braços com recordações dolorosas e memórias de um passado glorioso vê-se de súbito perante uma segunda oportunidade de amar, perdoar-se, rejuvenescer e começar de novo.

    Autoria e Direcção – José Serradas

    Uma ida ao Teatro é sempre mais, muito mais do que uma simples ida ao Teatro. É o relembrar os fragmentos do passado. É o reencontro com estilhaços de sonhos e paixões.  É a evasão para o sonho longínquo e infinito.

    Bom! Vou trincar a maçã! A antítese sonho/realidade?

    Parabéns ao Grupo e um Bravo especial para o encenador!

    sexta-feira, 21 de maio de 2010

    Banqueiros … tenham vergonha!

    Quantas cartas recebi com ofertas de empréstimos! Quantos telefonemas! Até para a empresa tiveram a desfaçatez de me ligar.

    As cartas rasguei-as. Aos telefonemas disse não.

    E não só os Bancos, diga-se. O cerco às  poupanças era total. Até uma das lojas mais repetidas nos Centros Comerciais, me propôs a “oferta” de 5.000 euros em roupa … a crédito.

    E agora queixam-se de que os portugueses não poupam. Eu poupo. Porra! Não cedi às vossas investidas.

    Vocês são os primeiros culpados. Tenham, pois, vergonha na cara, srs banqueiros!

    segunda-feira, 17 de maio de 2010

    É cansaço … é o estar existindo …

    Não, não é cansaço...
    É uma quantidade de desilusão
    Que se me entranha na espécie de pensar,
    E um domingo às avessas
    Do sentimento,
    Um feriado passado no abismo...

    Não, cansaço não é...
    É eu estar existindo
    E também o mundo,
    Com tudo aquilo que contém,
    Como tudo aquilo que nele se desdobra
    E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

    Não. Cansaço por quê?
    É uma sensação abstrata
    Da vida concreta —
    Qualquer coisa como um grito
    Por dar,
    Qualquer coisa como uma angústia
    Por sofrer,
    Ou por sofrer completamente,
    Ou por sofrer como...
    Sim, ou por sofrer como...
    Isso mesmo, como...

    Como quê?...
    Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.

    (Ai, cegos que cantam na rua,
    Que formidável realejo
    Que é a guitarra de um, e a viola do outro, e a voz dela!)

    Porque oiço, vejo.
    Confesso: é cansaço!...

    Álvaro de Campos/Fernando Pessoa

    É cansaço! Amanhã tudo recomeça. O urgente. O inadiável. O é para ontem. O processo de decisão sujeito a pressões. A decisão. A contestação. O meu cliente é mais importante que o dele. A minha carga é mais rentável, é muito densa. A dele é muito volumosa … a minha é mais pesada e ocupa menos espaço . A minha carga é regular, a dele é esporádica. Quem é mais importante?… quem controla a rentabilidade?

    Enchem os voos e volta "a guerra” da definição de prioridades. O Tim não me perdoou ter considerado os instrumentos musicais da Shakira para Johannesburg prioridade absoluta… cedi ao Ignacio de Madrid e às suas razões … ganhei um melga, que não me larga do outro lado do Atlântico:

    You have been very quiet lately and I have not heard back from you concerning the below.  The mobs are encircling the gates, and the gates will not hold forever, so before I have to concern myself with blood in the streets, please advise if you are able to grant my request below.  Remember, even on a Friday night, you can run, but you cannot hide!

    Tem razão não me posso esconder. Amanhã lá estarei para mais uma maratona. afinal é:

    É eu estar existindo
    E também o mundo,
    Com tudo aquilo que contém,
    Como tudo aquilo que nele se desdobra
    E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais
    .

    sexta-feira, 14 de maio de 2010

    As nuvens de cinzas vulcânicas … hoje

    Que desperdício de combustível para as contornar!

    A situação está muito complicada … ainda. Os dias estão difíceis. Mais combustível a bordo, significa mais peso à descolagem e portanto menos peso para a carga a embarcar. A pressão dos clientes aumenta. É tudo muito urgente … E há quem não queira compreender que, aeroportos abertos não significa retorno à  normalidade.

    Que mais nos irá acontecer!

    quinta-feira, 13 de maio de 2010

    Surpreendentes? Então os sábios da Economia não sabiam?… ou era para esconder debaixo do tapete?

    A economia portuguesa cresceu no primeiro trimestre uns surpreendentes 1%, o que faz de Portugal o país com o crescimento mais forte em cadeia quer da Zona Euro, quer da União Europeia quer mesmo do mundo desenvolvido.

     

    Jornal de Negócios

    quarta-feira, 12 de maio de 2010

    Memorável

    O Papa usou palavras duras para falar dos casos de pedofilia na Igreja Católica e disse que estes escândalos evidenciam que a "maior ameaça para a Igreja não vem de fora, de inimigos externos, mas do seu interior". 

    “A Igreja tem uma profunda necessidade de voltar a aprender a penitência, de aceitar a purificação, de aprender o perdão, mas também a necessidade de justiça, já que o perdão não substitui a justiça", assegurou.


    O Bispo de Roma afirmou ainda que, embora "o mal ataque, o bem está sempre presente, Cristo é mais forte que o mal e a bondade de Deus tem a última palavra na história.”

    ... só por isto já valeu a pena!

    segunda-feira, 10 de maio de 2010

    O Adamastor, o Mostrengo e o Velho de Restelo II

    Tiro-liro-liro

    E juntaram-se os 3 à esquina

    a tocar a concertina

                       a dançar o solidó!

    (A propósito da brigada das Finanças no baile do medo no Palácio de Belém)

    domingo, 9 de maio de 2010

    O Adamastor, O Mostrengo e o Velho do Restelo

    A par da nuvem de cinzas que nos sobrevoa, e que acabou de fechar o espaço aéreo português, cá em baixo o nevoeiro avança e a tempestade não dá sinais de amainar. O Adamastor dos Lusíadas e o Mostrengo da Mensagem aliaram-se ao velho do Restelo, e aí estão, em força, impedindo o sonho, a aventura, a epopeia.

    O Adamastor:
    (...)
    C'um tom de voz nos fala horrendo e grosso,
    Que pareceu sair do mar profundo.
    Arrepiam-se as carnes e o cabelo
    A mim e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo.
    (...)
    Aqui espero tomar, se não me engano,
    De quem me descobriu suma vingança;
    E não se acabará só nisto o dano
    (...)
    Naufrágios, perdições de toda a sorte,

    Que o menor mal de todos seja a morte.

    O Mostrengo:

    O mostrengo que está no fim do mar
    Na noite de breu ergueu-se a voar;
    À roda da nau voou três vezes,
    Voou três vezes a chiar,

    E disse: «Quem é que ousou entrar
    Nas minhas cavernas que não desvendo,
    Meus tectos negros do fim do mundo?»
    ….

    "Quem vem poder o que só eu posso,
    Que moro onde nunca ninguém me visse
    E escorro os medos do mar sem fundo?"



    O Velho do Restelo

    Que novos desastres determinas
    de levar estes Reinos e esta gente?
    Que perigos, que mortes lhe destinas,
    debaixo dalgum nome proeminente?
    Que promessas de reinos e de minas
    d' ouro, que lhe farás tão facilmente?
    Que famas lhe prometerás? Que histórias?
    Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?"

    …..
    Mísera sorte, estranha condição

    domingo, 25 de abril de 2010

    A poesia está na luta dos homens, está nos olhos abertos para amanhã

    ……..

    A poesia está em tudo quanto vive, em todo o movimento,
    nas rodas do comboio a caminho, a caminho, a caminho
    de terras sempre mais longe,
    nas mãos sem luvas que se estendem para seios sem véus,
    na angústia da vida.

    A poesia está na luta dos homens,
    está nos olhos abertos para amanhã.

    As ondas indo, as ondas vindo — as ondas indo e vindo sem
    parar um momento.
    As horas atrás das horas, por mais iguais sempre outras.
    E ter de subir a encosta para a poder descer.
    E ter de vencer o vento.
    E ter de lutar.
    Um obstáculo para cada novo passo depois de cada passo.
    As complicações, os atritos para as coisas mais simples.
    E o fim sempre longe, mais longe, eternamente longe.

    Ah mas antes isso!

    Ainda bem que o mar não cessa de ir e vir constantemente.
    Ainda bem que tudo é infinitamente difícil.
    Ainda bem que temos de escalar montanhas e que elas vão
    sendo cada vez mais altas. Ainda bem que o vento nos oferece resistência
    e o fim é infinito.

    Ainda bem.
    Antes isso.
    50 000 vezes isso à igualdade fútil da planície.

    Mário Dionísio

    Cá estamos, 36 anos depois, a escalar montanhas, cada vez mais altas … antes isso!

    sábado, 24 de abril de 2010

    quarta-feira, 21 de abril de 2010

    shiiiiiiiiuuu!!!

    Um segredo … Para escrever “baixinho”.

            Camiões reboques usados   TAP340n.jpg

    Apesar do vulcão e das cinzas nos céus e d”os  meninos” em terra na Europa, o mês de Abril vai ser bom. Invocam-se por aí muitos prejuízos. Pois, cá para mim, está a ser uma oportunidade.

    Aliando entusiamo,  elasticidade e muito jogo de cintura, “pescámos de arrasto”  em toda a Europa. Os camiões já estão a chegar. Os voos para o Brasil, África e EUA estão completamente empaturrados. Seguem-se  dias muito afogueados … mas produtivos.

    Foi bom estarmos longe da Islandia … aqui só para nós … os seus deuses também não tinham motivos para se vingarem em nós.

    terça-feira, 20 de abril de 2010

    Os espinhos do trabalho em equipa

    Esta  malta nova não se sabe comportar. Alegam a franqueza em contraponto com a hipocrisia. Não se dominam, não aprenderam as regras básicas de convivência social. Faltou educação em casa. Faltou formação na escola. Curiosamente não são maus executantes e até aprendem rápido. Virer em harmonia em grupo é que não sabem. Os egos têm o tamanho do mundo. O querer do outro é um acessório dispensável.

    Devido à impossibilidade de os juntar a todos – o trabalho por turnos impede-o – enviei um recado por email:

    Caros colegas,

    Alguns acontecimentos intergrupais, uns recentes, outros nem tanto, fizeram-me meditar um pouco. O que se segue pode ser demasiado básico e evidente para alguns, para outros penso que poderão ter alguma utilidade.

    Podem acusar-me de moralista. À vontade! Os meus 40 anos de casa dão-me esse direito.

    TRABAHAR EM GRUPO

    A primeira lei do grupo é o auxílio fraterno, ao serviço da missão desse mesmo grupo. O grupo é forte e coeso quando todos aplicam os seus dons e capacidades, evitando rivalidades e intrigas.

    Nada mais perigoso para a unidade de um grupo do que as críticas sistemáticas dum eterno descontente ou desconfiado. As críticas podem ser construtivas, quando cordiais, nunca quando disparadas em flecha e com azedume.

    A atmosfera dum grupo em que cada elemento anda à espreita dos erros dos outros, depressa se torna irrespirável e atrofiante.

    Querer elevar-se à custa dos outros, gostar de apontar as deficiências dum colega, é minar a unidade do grupo e torná-lo incapaz de realizar a sua missão.

    É indispensável que cada um esteja motivado a não se deixar enredar em equívocos provenientes de desinteligências entre pessoas.

    A franqueza não deve nunca ser brutal. Há pessoas mais sensíveis que outras. O trabalho em comum implica cortesia nos relacionamentos.

    Numa equipa de trabalho deve fugir-se das dicussões violentas e das palavras irreparáveis, que são a marca dos que perdem o domínio de si próprios. É sempre possível o diálogo vivo sem perda de estima e respeito.

    Em grupo devemos esforçarmo-nos por aperfeiçoar o nosso carácter, evitar amuos pueris, que só semeiam a divisão e a discórdia, e praticar a cordialidade, a cortesia e o bom humor.

    Tudo isto porque não gostaria de ver nenhum membro da minha equipa de trabalho alvo de ostracismo generalizado.

    Bom trabalho!

    Este ano, a fase da avaliação do desempenho não vai ser uma mar de rosas. Vai haver “muita pedra para partir”.

    domingo, 18 de abril de 2010

    A natureza continua em fúria

               The volcanic ash plume from Iceland, top left, to northern France, pictured by Nasa's Terra Satellite , 17 April

                Photo: NEODAAS/University of Dundee/AP

    sábado, 17 de abril de 2010

    Eyjafjallajokull

    A força da natureza versus “um bicho da terrra tão pequeno”

           Smoke and steam hang over the volcano under the Eyjafjallajokull glacier in Iceland, which has erupted floodwaters and canceling flights across Europe.

    Por enquanto as cinzas permanecem nos céus provocando o caos nos aeroportos … mais uns dias e as partículas descerão à terra, e outras preocupações virão:

    O problema, segundo a agência OMS da ONU, será quando essas partículas em suspensão começarem a cair. Estima-se que cerca de um quarto delas tenha menos de 10 micra (milésimos de milímetro), o que as torna mais perigosas, por entrarem mais fundo nos pulmões.

    De bons pulmões precisamos nós para pronunciar a palavra:

    Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico - uma doença pulmonar causada pela inspiração de cinzas vulcânicas.

     

         Onde pode acolher-se um fraco humano,
         Onde terá segura a curta vida,
         Que não se arme, e se indigne o Céu sereno
         Contra um bicho da terra tão pequeno?

                    

                                                                   Lusíadas

    sexta-feira, 16 de abril de 2010

    sexta-feira, 2 de abril de 2010

    Golpe na Guiné-Bissau

    Os militares não querem o actual chefe do executivo nem com molho de soja. Mas lá terão que engolir o peixe pelo rabo.
    A verdade é que o Presidente da República deu uma descompostura tal aos cabeças do golpe de Estado, que estes logo se prontificaram, em comunicado, a respeitar a Constituição (já violada) e prometeram que a ordem seria reposta.


    "Se quiserem, matem-me, mas isto que fizeram é um disparate" - disse Malam Bacai Sanha, furioso.

    http://ditaduradoconsenso.blogspot.com/

    Não mataram. A coragem valeu a pena.

    António Aly Silva conta-nos, no seu jeito irreverente, a par e passo, os incidentes em Bissau. Esperemos que não passem disso: incidentes.

    Um povo ordeiro, que vota repetidamente com renovada esperança, não merece os militares que lhe couberam em sorte e que ficaram irremediavelmente no século passado. Triste sina!

    quarta-feira, 31 de março de 2010

    Génesis

            image          Vulcão na Islândia. Foto enviada p/filhota

    Génesis 1

    1- No princípio, Deus criou os céus e a terra.

    2- A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.

    3- Deus disse: "Faça-se a luz!" E a luz foi feita.

    4- Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas.

    5- Deus chamou à luz DIA, e às trevas NOITE. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o primeiro dia.

    ……………………………………………………………………………………………………………………..

    27- Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher.

    28- Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra." ………………………………………………………………………………………………………………………….

    31- Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia.…………………………………………………………………………………………………………………………..

    Génesis - 2

    23- O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, para que ele cultivasse a terra donde tinha sido tirado.

    Bíblia Sagrada

    Copy/paste porque é preciso regressar às origens,  pensar e agir de acordo com A Palavra, expulsando do jardim do Éden os indignos.

    (O perdão vem mais tarde, depois da expiação dos pecados)

    quinta-feira, 25 de março de 2010

    Pitágoras o incontornável

    Notas soltas de hoje. Um dia especial.

    Não cabe na paleta, disse eu. Cabe na diagonal, dizia ele.

    It doesn’t fit.

    It fits.

    No!

    a^2 + b^2 = c^2\,

    Do you remember?

    E fez o desenho à escala … saía 45 cms para cada lado. Teimoso: Mas pode ser carregado, arranja-se espaço na paleta ao lado. Não há paleta ao lado, colega. Ao lado, para S. Tomé, está um tanque de combustível extra. Ah! não sabia? Há tantas pequenas coisas que não sabem ainda!

    Dear Fernanda,

    thanks for your reply. It is clear now. We will refuse the shipment.

    We wish you have a nice day.

    My best regards from Frankfurt.

    Ali

    24 MAR 1970 – 24 MAR 2010 - 40 anos depois. Tantos dias! Tão iguais e todos tão diferentes! 

    Foi bom sentir o reconhecimento. A ternura, os abraços, os beijos, as palavras … Quando terei coragem para dizer:

    É hora!

    Assim como o teorema de Pitágoras o dia do adeus é incontornável. Há-de chegar inevitavelmente … e vai doer.

    domingo, 21 de março de 2010

    Porque hoje é dia de poesia

    Dez réis de esperança


    Se não fosse esta certeza
    que nem sei de onde me vem,
    não comia, nem bebia,
    nem falava com ninguém.
    Acocorava-me a um canto,
    no mais escuro que houvesse,
    punha os joelhos á boca
    e viesse o que viesse.

    ….

    se não fosse a fome e a sede
    dessa humanidade exangue,
    roía as unhas e os dedos
    até os fazer em sangue.

     

    António Gedeão

    O País

    O País não pode viver neste clima de suspeição” – Disse Pedro Passos Coelho

    Quem é ele para falar em nome do País? Mostre lá a procuração!

    A suspeição tem raízes nos justiceiros comprometidos de Aveiro, fez o seu caminho até Lisboa, chegou ao Sol e aos satélites adjacentes, assentou arraias em S. Bento e dalí continua a alimentar os jornais e TVs, para ir queimando em lume brando o PM.

    À vingança chamam justiça. A sede de poder é imensa e a estratégia  não olha a meios.

    Quanto ao País, amanhã é domingo e depois de amanhã segunda-feira. O país não vai parar… apesar do PEC … virtual ou não.

    sábado, 20 de março de 2010

    Ora ainda bem!

     

    José Medeiros Ferreira diz aqui que o PEC “é um exercício virtual que os Estados membros da zona euro apresentam sem convicção para obedecer ao diktat de Frankfurt de 1998.”

    Convenceu-me!

     

    Também me parece que um país como o nosso não pode prescindir de uma transportadora aérea nacional que garanta a ligação com o Brasil, os EUA e os países lusófonos de África. A perda do controle público sobre a definição das linhas da TAP, que é uma empresa bem gerida, pode pôr em causa aspectos essenciais da política externa portuguesa.”

     

    Manuel Alegre

    sexta-feira, 19 de março de 2010

    O PEC

    Entre a espada e a parede, Sócrates, forçado, escolheu a parede, resignando-se à perda de soberania. Os ditames vieram do exterior, eu sei. Era  inevitável, dizem. Não sei se era. Há que realçar que os profetas da desgraça locais, quais Miguéis de Vasconcelos, ajudaram à “festa”.

    As ajudas sociais são essenciais à sobrevivência de muitos compatriotas com dignidade. Não dispenso a nobreza da generosidade para com os mais fracos e desemparados. Não concordo com cortes cegos.

    Quanto à parte que me toca, tenho a certeza que um abrute alemão com asas vai estar muito interessado na compra de uma certa empresa. Há muito que  cobiça parte importante do nosso património. A sua actuação  no mercado, nas grandes ou pequenas opções, nem sequer é subtil. A sua avidez pelo domínio dos céus não tem limites.

    O desrespeito continuado pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento pode obrigar, “no limite”, à expulsão de um país do grupo da moeda única, admitiu esta quarta-feira a chanceler alemã Angela Merkel

    É preciso estar atento a esta ameaça. Parceiros desta senhora já sugeriram à Grécia a venda de território nacional, humilhando assim um povo, que merece o maior respeito quer pela história milenar quer pelo legado cultural. A Portugal vão querer comprar as asas com que voa por esse mundo fora.

    (A minha secreta esperança é que tudo isto seja só para “Alemão” ver. Até pode ser que “um golpe de asa”, acelere o crescimento e o PEC fique pelo caminho. Quem sabe? Tavez o V Império esteja já aí ao virar da esquina. Ainda é permitido sonhar? o pensamento ainda é livre?  ou já não?)

    Não há machado que corte
    a raiz ao pensamento:
    não há morte para o vento,
    não há morte.

    Se ao morrer um coração
    morresse a luz que lhe é querida,
    sem razão seria a vida,
    sem razão.

    Nada apaga a luz que vive
    num amor, num pensamento,
    porque é livre como o vento,
    porque é livre.

    Carlos Oliveira

    Bons sonhos!

    domingo, 14 de março de 2010

    Privatizações

     

    Não concordo.

     

    O congresso

    Anúncios:

    o fim do regime

    a dessocratização

    Vão fazê-lo concretamente usando a mão, o indicador e o polegar, votando.

    Fácil … de mais.

    sexta-feira, 12 de março de 2010

    Agências de rating processadas por notações corruptas

    As duas agências de rating mais prestigiadas do mundo (Moody's e Standard & Poor's) foram processadas pelo procurador-geral do Estado norte-americano do Connecticut. O responsável considera que ambas contribuíram para a crise económica nos EUA.

    Richard Blumenthal garante que as notações atribuídas pelas agências a produtos financeiros estruturados «estavam corrompidas pelo seu desejo de ganharem retribuições elevadas» e que, «apesar das suas repetidas declarações sobre a sua independência e objectividade», quando avaliaram produtos financeiros estruturados assentes em junk bonds (obrigações lixo, consideradas de risco elevado e baixo valor), «deixaram de estar, conscientemente, à altura das suas promessas».

    Para o procurador-geral foram as agências que provocaram a pior recessão económica no país desde a Grande Depressão, ao terem classificado com notas elevadas e injustamente vários produtos financeiros de risco elevado.

    «Estas agências traíram a confiança pública e concederam as qualificações mais elevadas que o dinheiro pode comprar», acrescentou Blumenthal, lembrando que «incontáveis investidores perderam muito dinheiro» por culpa delas.

                                                                                                               Agência Financeira

    Mundo cão! Corruptos! Sacanas!  Contaminaram o mundo com lixo. E os nossos “sábios” da economia ajoelhados perante estes oráculos sagrados. Imbecis!

    Hum … talvez … pois … é isso! foram pressionados pelo Sócrates.  Que inabilidade caro PM!  é sempre descoberto. Que avance mais uma comissão de ética!

    Sismos – A minha filhota sabe tanto!

    Sobre a actual crise mini-sísmica no Faial e à minha pergunta se havia alguma relação entre os terramotos que têm assolado a terra, em locais tão distantes, resolveu dar-me uma aula, por email:

    A Terra é um planeta dinâmico, não estático. A superfície da terra é constituída pelas placas tectónicas continentais e oceânicas (uma crosta semi-rigida de rocha, deformável). No manto, por baixo da crosta, existe rocha derretida (magma) que circula e forma células de convecção… semelhante ao movimento da água numa panela que se encontre ao lume, aquece no fundo, sobe, é empurrada para as paredes, arrefece, desce na panela, é aquecida “and so one”. Se colocares fragmentos de papel em cima da água quente (as placas tectónicas) o papel vai-se mexer e afundar e voltar à superfície.

    No Chile tens uma placa oceânica a afundar sobre a placa continental (porque o movimento do magma no manto, empurra a placa oceânica contra a continental, a oceânica afunda porque é mais pesada), formam-se assim cadeias montanhosas como os Andes (a rocha da placa oceânica derrete e depois vem para a superfice, causa vulcanismo e sismicidade) Se forem duas placas continentais a chocar formam-se cadeias como as dos Alpes (choque entre a Península Ibérica e a França e choque da Índica com a Europa)… Aqui nos Açores é uma zona onde a “água sobe” e empurra a placa oceânica. No esquema abaixo explica mais ou menos…

    À esquerda o exemplo do Haiti e Japão… consegues imaginar a força que é libertada cada vez que uma placa com 7 a 10 Km de espessura é empurrada para o manto da terra? Sismos…

    O caso dos Açores no meio… mais soft com menos sismos. E o caso do Chile à direita.. a fricção que a placa oceânica faz na placa continental é natural que dê muitos sismos….

    Se se mexer de um lado é natural que mexa em outros para compensar e encontrar o equilíbrio das forças … A Geologia é fácil e intuitiva… ou não? (está muito simplificado, mas acho que dá para entenderes)”

    sismos

    Fica aqui registado, para leigos na matéria.

    quinta-feira, 11 de março de 2010

    Magnetismo

    Com que então dentro dos limites a 4,6 m?

    - 0,0052 Gauss, dizem vocês?  Então venha de lá o gaussímetro!

                 

    Que canseira ontem e hoje, só para provar o contrário!

    Para a história ficam agrafadores a voar, telemóveis com vida própria a sairem dos bolsos e bússolas avariadas.

    7 Gauss mesmo ao pé, 5 G a 1m, 1,5 G a 2m  e 0,5 G a 4,6m.

    Vai ficar em terra.

    Que aldrabões ! E alemães! E ainda por cima permitem-se duvidar. Soberbos! Só olham para o seu umbigo. Inconscientes! Burros!

    Imperdoável!

    É cá uma revolta. Não sei se vos diga, se vos conte.

    quarta-feira, 10 de março de 2010

    A história de um palhaço

    Fez-se então palhaço e foi trabalhar para o circo. Só saía à noite. De dia ficava no covil … 

      … vi que há homens tão desgraçados que, se têm dores, são ridículas. As suas amarguras fazem rir a multidão. … Outros têm na vida um método e vão por aí fora e tudo subordinam às suas ideias, torcendo a vida para que ela caiba dentro das regras. Riem, choram, atropelam-se. Sofrem e fazem sofrer. E as árvores gelam de flor … tudo em torno é indiferente a esta comédia, em que uns não sabem para que, há tantos séculos, representam e os outros, de tanto escutarem, vão ouvindo sempre, sempre as mesmas coisas, monótonas e repetidas …

    Raul Brandão

    domingo, 7 de março de 2010

    Nome de Guerra – José de Almada Negreiros

    Um romance só em capítulos (alguns):

    I - AS PESSOAS PÔEM NOMES A TUDO E A SI PÓPRIAS TAMBÉM

    II – A SOCIEDADE SÓ TEM QUE VER COM TODOS. NAO TEM QUE CHEIRAR COM CADA UM.

    III – UMA JUDITE QUE NÃO SE CHAMA ASSIM

    IV – ÀS VEZES O DIA COMEÇA À NOITE

    …e lá mais para a frente

    XIII – QUANDO AS AJUDAS DESISTEM, PEGA A CONSPIRAÇÃO

    XVI – CADA UM VAI ATRÁS DA SUA IDEIA, OU É A SUA IDEIA QUE VAI ATRÁS DE CADA UM?

    XXI – NÃO SABENDO BEM POR ONDE ANDA A REALIDADE, O PROTAGONISTA COMEÇA A FAZER FOTOGRAFIAS COM A IMAGINAÇÃO

    XXIV – QUANTO MAIS SE SABE, MAIS VAI FICANDO POR SABER

    XXX – NEM TODOS OS QUE ACABAM DE DORMIR FICAM LOGO ACORDADOS

    XXXIII – QUANDO SE PASSA DE UM LUGAR PARA OUTRO, LEVAMOS EM GERAL O PRIMEIRO LUGAR CONNOSCO

    XXXV – O PROTAGONISTA FAZ PONTARIA A UM ALVO QUE AINDA NÃO SE VÊ

    XXXVI – OS LUGARES FAZEM MUDAR AS PESSOAS OU O AR NÃO É O MESMO EM TODA A PARTE

    XXXVII – UMA DAS MANEIRAS DE NÃO VER UMA COISA É POR-LHE OUTRA DIANTE

    XLV – OS PALERMAS QUE NÃO SABEM NADA DA VIDA SÃO PIORES QUE OS MALANDROS

    XLVI – A MENTIRA DESCOBERTA PARECE A VERDADE MAS AINDA É SÓ A MENTIRA

    LII – O PROTAGONISTA COMEÇA A DESCOBRIR O MUNDO ATRAVÉS DE UMA LENTE FEITA COM OS PERSONAGENS QUE ELE CONHECEU

    LIII – EPISÓDIO DE UM CACHO DE BANANAS QUE JÁ NÃO TEM NADA A VER COM O PROTAGONISTA

    LIV – O PROTAGONISTA ALUGA A SUA INDEPENDÊNCIA

    LVII – OS ANTIGOS AMIGOS DO PROTAGONISTA VISTOS DAS ESTRELAS

    LIX – AS ESTRELAS SÃO PESCADORAS E ANDAM À PESCA DE GENTE

    LXII – O TRAMPOLIM DO SALTO MORTAL PARA A SEGUNDA NATUREZA

    LXIII – DERRADEIROS ENCONTROS DE VIZINNHANÇA ENTRE A PRIMEIRA E A SEGUNDA NATUREZAS

    LXIV e o último – FINALMENTE O PROTAGONISTA TOMA O PARTIDO DAS ESTRELAS

    … bem, agora é hora de reler o conteúdo dos capítulos . Há alí em cima muito para meditar.

    sábado, 6 de março de 2010

    Horóscopo de Portugal - O futuro é sermos tudo

    Alguém dizia há pouco na TV: “Estamos hoje, e já estivemos tantas vezes, à beira do precipício mas nunca demos o passo em frente”.

    Porquê? É um enigma por decifrar.

    Serão os astros os nossos anjos-da-guarda?  Guardar-nos-ão para o Quinto Império, como idealizou Pessoa? Apetece fechar os olhos e os ouvidos e sonhar alto, até ao céu.

    O que calcula que seja o futuro da raça portuguesa? — O Quinto Império. O futuro de Portugal — que não calculo, mas sei — está escrito já, para quem saiba lê-lo, nas trovas do Bandarra, e também nas quadras de Nostradamus. Esse futuro é sermos tudo. Quem, que seja português, pode viver a estreiteza de uma só personalidade, de uma só nação, de uma só fé? … Absorvamos os deuses todos! Conquistámos já o Mar: resta que conquistemos o Céu, ficando a terra para os Outros, os eternamente Outros, os Outros de nascença, os europeus que não são europeus porque não são portugueses. Ser tudo, de todas as maneiras, porque a verdade não pode estar em faltar ainda alguma cousa! Criemos assim o Paganismo Superior, o Politeísmo Supremo! Na eterna mentira de todos os deuses, só os deuses todos são verdade”

    No passado tivemos o Bandarra, que nos prometeu D. Sebastião e o Fernando Pessoa que nos legou o Quinto Império. Hoje, desgraçadamente, temos Medinas Carreiras  que nos garantem o abismo, o nada, o inferno. Já alí. Tão perto.

    A verdade é que o “o sonho comanda a vida”, e “amanhã será um novo dia”.

    Até lá!

    terça-feira, 2 de março de 2010

    Paulo Pinto Mascarenhas e o nojo no “i”

                    Ver imagem em tamanho real

    Cuidado “anónimos” com pseudónimos da blogosfera a patrulha macartista vigia e denuncia em terras lusas.

    A minha solidariedade para com o Jumento.

    sábado, 27 de fevereiro de 2010

    O louco que a justiça soltou - Helena Garrido

    Triste o país que desvaloriza os seus sucessos e se alimenta dos seus fracassos. Que se delicia a escutar e a espreitar a sua caminhada para o caos social e político, na ilusão de que está a fazer justiça e enquanto vai empobrecendo. Portugal está assim, como um louco a destruir tudo à sua volta.
    Não ficará pedra sobre pedra em nenhuma instituição, é o que parece termos prometido a nós próprios. Governo, Tribunais, Banco de Portugal... Partidos e tribunais, políticos e juízes, governantes e opositores, empresas e gestores, jornalistas... O louco que se soltou no País esmaga, deliciado, a credibilidade de tudo e todos sem que encontre pela frente alguém que lhe faça frente.
    Tudo parece desaguar no vazio que se foi gerando na Justiça. Porque a justiça não funciona - ou não funciona como cada um acha que deve funcionar -, façamos então justiça pelas nossas próprias mãos.
    E no meio da maior crise económica e financeira desde a Segunda Guerra Mundial, discutimos escutas que quem tinha a obrigação de manter longe dos ouvidos de todos colocou na praça pública. A intenção de quem o fez, desconhecemo-la. Para nós, simples cidadãos, está criada a ilusão de que assim fazemos a justiça que a Justiça não faz.
    Sim, estamos todos fartos de ver figuras públicas indiciadas sem que a mão da Justiça chegue até elas. No futebol, na política, nas empresas... E se nós, que assistimos de longe a esse espectáculo, estamos cansados e desalentados, como estarão aqueles que têm como trabalho investigar, acusar e fazer justiça? Revoltados? É a revolta que explica ter-se caído na tentação de fazer justiça com o que se tem à mão, o "You Tube" ou os jornais? Compreende-se mas não se pode apoiar.
    O mau funcionamento da Justiça gerou justiceiros que, apoiados em cumplicidades variadas e inteligentes manipulações do sistema, condenam com trânsito em julgado, e sem direito de defesa ou resposta, todos quantos caiam numa escuta.
    Todos queremos e temos o direito de saber. Mais informação é sempre melhor que menos informação. Mas cada condenado na praça pública que vai caindo é mais uma estrutura que se destrói na construção da nossa sociedade. Lentamente, com mesquinhas vinganças diárias que pensamos ser justiça, caminhamos para a nossa autodestruição.
    Hoje satisfaz-nos ver apedrejar no espaço público quem julgamos saber que violou leis fundamentais. Amanhã, quando as pedras caírem por todo o lado, e a todos acertarem, clamaremos pela Justiça que julga com provas. E nessa altura, se não mesmo já, neste momento, a Justiça já estará totalmente destruída.
    Contrariar o caminho que estamos a seguir parece quase impossível. O sistema parece estar em dinâmica autodestrutiva. É no interior da Justiça que está o motor dessa autodestruição. Estamos a assistir à reacção da Justiça contra a sua própria incapacidade de fazer Justiça.
    O louco que a Justiça soltou tem a força e o ânimo para nos empurrar violentamente para fronteiras mais negras que a actual mais grave crise económica e financeira das últimas seis décadas.
    Quem nos poderá salvar do louco que se soltou? Apenas a Justiça o poderá prender.

    helenagarrido@negocios.pt

    Este artigo vai ficar para a história destes dias negros.

    segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

    Madeira

         

     

    Coragem, compatriotas!

    sábado, 20 de fevereiro de 2010

    Da traição

            

    O ódio inspira a eloquência da traição

    Autor: Castelo Branco (do citador)

    (A propósito de um Santos, que não era santo e que a“í “ está  para provar que  afinal “Roma paga a traidores”)

     

     

    Adenda: O Google é fantástico. Com que então efeito Diana Mantra ? Fico à espera do livro "Diana Mantrite aguda"

    quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

    Ó Sol !

    Photo: Loop on the sun

    - Ó Sol ! ó Sol ! Titã deste bloco da Terra !

    Ó Sol em sangue  que ainda pula arde e cintila !

    Ó bala de canhão, tu vens dalguma guerra :

    Varaste os corações dum exército em fila !

    - Adeus ó Sol ! Chegou a Noite na fragata.

    À tua porta os Marinheiros vão bater :

    Lá vejo os astros pôr seus cálices de prata,

    Na Taverna do Ocaso, a beber, a beber …

    Só – António Nobre

     

    Seja o que Deus quiser! … mas receio que o que vai ser é o que os banqueiros quiserem!

    sábado, 13 de fevereiro de 2010

    David Mourão Ferreira - Grinalda para para o próximo terramoto de Lisboa - 1955 – Metáfora para os dias de hoje.

    Ao Urbano Ta

    vares Rodrigues

    1 -

    Vai deslizando a cidade

    (cai a tarde)

    entre duas noites gémeas,

    tão eternas! Tão efémeras!

    - como um corpo fatigado

    (cai a tarde),

    um corpo por entre dois

    negros lençóis ...

    Noite do céu, aconchega

    bem o rosto da cidade!

    Noite do céu, que tristeza

    nos invade?

    Noite do céu, nem na dobra

    de luar do teu lençol

    (ah! Que saudades do Sol!)

    tamanha angústia soçobra. 

    Mas, insones, esquecemos

    a noite que espezinhamos,

    remadores olhando os ramos

    das altas árvores da margem,

    só atentos à paisagem,

    sem ver o lodo nos remos

    nem os pegos

    - olhos negros

    das águas que espedaçamos! 

    No desprezo a que o votamos,

    range o lençol esquecido.

    Ai de nós, que mal cuidamos

    do perigo!

    Noite funda das entranhas

    intranquilas!

    Noite funda das entranhas,

    que venenos tu destilas!

    E na tetas das colinas,

    para nós, que leite ordenhas? 

    Eis que num primeiro andar,

    quase a boiar sobre o Tejo,

    a um papagaio empalhado

    e a um milhafre pintado

    num azulejo

    lhes tremem, súbito as asas;

    e antes que tremam as casas

    buscam, aflitos, o ar. 

    Vem, ó Anjo tutelar

    da luminosa, leviana,

    mística, fútil, profana

    cidade dos terramotos,

    - vem, ó Anjo Jugular,

    o terror dos próprios mortos! 

    2 - 

    Salta o esgoto,

    cai o muro,

    morre o porco

    no monturo;

    e no porto

    o sussuro

    dos navios

    enche o escuro;

    ardem corpos,

    ardem blocos,

    cresce o rio;

    sobre os puros

    e os impuros,

    tomba o frio

    prematuro

    do futuro;

    grasna o corvo

    que assistiu

    a um outro

    terramoto.

    Terramoto,

    te esconjuro! 

    Só um coro

    dentre o sismo

    se ergue ao Todo

    poderoso.

    Só um coro,

    dentre o cismo;

    só um coro;

    são os cisnes,

    são os cisnes ...

    Hino? Prece?

    Nem o ‘strondo

    destes troncos

    o emudece.

    Grito vão,

    sem remorso

    nem perdão,

    sobre o dorso

    deste mundo

    inseguro ...

    Terramoto!

    Terramoto,

    te esconjuro! 

    3 – 

    Impropérios e morte exclama o vento,

    o vindo das entranhas que arrebata

    dos prédios a raíz fasciculada

    e distribui aos ventos o cimento

    em pólen transformado. Oh! Que sangrento

    o vinho que se espalha e sobrenada

    à flor da confusão alucinada

    destes corpos em cacho! – Turbulento, 

    avança pelas ruas já o rio ...

    Sobre um resto de fé – magro pedículo!

    - o medo é um cogumelo fugidio ... 

    Mas é tarde de mais! Gritam os ventos,

    ante o súbito, sórdido, ridículo

    coro dos excelentes sentimentos! 

    Por entre as trevas, sobre os escombros,

    vamo-nos vendo, e encontrando

    a própria voz. Que reencontros!

    Que mãos silentes sobre os ombros!

    Desse milhão e tal que fomos,

    Quantos restamos? E até quando

    a própria voz, sobre os escombros,

    noutros iremos encontrando? 

    Ah! Foi precisa esta agonia

    para afinal apercebermos

    que tudo quanto dividia

    as nossas vozes poderia

    harmonizar-se em litania

    aos moribundos e aos enfermos ...:

    - que só na última agonia

    irmãos e unânimes seremos! 

    Em sintonia com o Besugo, e com o autor do poema acima, sinto  saudades do Sol, mas daquele  “ que alumia e acalenta”, como conta o Besugo e não daquele  que está transformado em “noite funda das entranhas” e que “destila venenos” enquanto “ordenha leite, para nós”  bebermos, incautos, parafraseando David Mourão Ferreira.

    Sem lei nem roque

    A comunicação social, aliada com os justiceiros calhandras, parciais e de “buraco de fechadura”, continua incansavelmente  a fazer um cerco a José Sócrates. O caminho é o assassinato de caracter. Massacram-nos com a descrição de escutas criteriosamente evidenciadas e retiradas do contexto. São de terceiras pessoas. Isso não interessa nada. Falaram. Está escrito no jornal. È verdade! Será? Pidesco é, de certeza!

    O direito à privacidade espezinhado.

    O direito à liberdade de imprensa usado alarvemente, sem ética e irresponsavelmente, ao serviço de interesses esconsos.

    O direito à liberdade de expressão ao serviço da calúnia, sem respeito pelo outro, como ser humano com direito à dignidade.

    A  publicação do Sol sem respeito pelo Estado de Direito, em nome da  bisbilhotice mais miserável.

    A guerra das audiências ao rubro. Os interesses económicos travam-na por detrás da cena. Cobardes, nao assumem o palco.

    Pelas sondagens já perceberam que não vencem o PS. A alternativa é dividi-lo. Forçá-lo a demitir Sócrates. A estratégia está montada. Esta meia vitória e calar-se-iam. Como se calaram com a demissão de Correia de Campos e até com o afastamento de Ferro Rodrigues.

    Até quando o pantâno? Guterres pressenti-o e não resistiu. Sócrates está a resistir. Até quando?

    Os tempos vão difíceis, Precisavamos todos que ele tivesse tempo para governar, com a cabeça limpa de tanta “merda”.

    Nunca se viu nada assim!

    quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

    Cavalos prontos a voar

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    cavalos 7

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    Um dos dias  mais excitantes da minha vida profissional – uma directa  de 24 horas sem interrupção - fica assim registado.

    Eram para ser 12, mas as éguas estavam grávidas. Devido ao stress não foram autorizadas a voar pelas autoridades veterinárias.  Estes 6 Lusitanos terão que ficar à espera das parceiras, lá, no Centro Hípico de Luanda.

    segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

    A Madeira e o Jardim

    TC questiona “borlas” a terminais portuários da Madeira

    O Tribunal de Contas (TC) já tornou públicos os resultados de uma auditoria à gestão da Associação dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM) iniciada no ano passado, e concluiu que o modelo de negócio concebido pela Região para esta entidade lesa os interesses públicos. O modelo adoptado, critica o TC, contribui para uma descapitalização da sociedade anónima que a Região constituiu, e a quem responsabilizou pela gestão das infra-estruturas e o domínio portuário regional.
    Entre as situações abordadas, conta-se a utilização do Terminal Norte do Porto do Funchal por parte da Sociedade ...

    Revista Transportes e Negócios

    É assim, passo a passo, milhão a milhão, que os continentais, também chamados de cubanos, vão contribuindo para os desmandos do senhor da Madeira.

    Bravo BE e PC! Bravo CDS e PSD! 

    Bom Carnaval!