Revoltava-me quando dizias que querias ir-te embora. Que já era tarde. Que querias ir para junto da mãe.
Não foi tarde, nem cedo. Foi a tua hora.
Beijinhos. Até ... um dia!
Para ti:
A hora da partida soa quando
Escurecem o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
As árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Sem comentários:
Enviar um comentário